A festa da Padroeira da
Ordem Carmelita foi, inicialmente, a da Assunção da Bem-aventurada Virgem
Maria, a 15 de agosto. Entretanto, entre 1376 e 1386, surgiu o costume de
celebrar uma festa especial em honra de Nossa Senhora, para comemorar a
aprovação da regra pelo Papa Honório III, em 1226.
Esse costume parece ter-se
originado na Inglaterra. E a observância da festa foi fixada para o dia 16 de
julho, que é também a data em que, segundo a tradição carmelita, Nossa Senhora
apareceu a S. Simão Stock e lhe entregou o escapulário. No início do século
XVII ela se transformou em definitivo na "festa do escapulário", e
logo começou a ser celebrada também fora da Ordem e, em 1726, espalhou-se por
toda a Igreja do Ocidente, por obra do Papa Bento XIII. No próprio da missa do
dia não se faz menção do escapulário ou da visão que teve S. Simão; porém,
ambos os fatos são mencionados nas leituras do segundo noturno das Matinas. E o
escapulário de Nossa Senhora é mencionado no prefácio especial usado pelos
carmelitas nesta festa.
A ordem dos carmelitas,
uma das mais antigas na história da Igreja, embora considere o profeta Elias
como o seu patriarca modelo, não tem um verdadeiro fundador, mas tem um grande
amor: o culto a Maria, honrada como a Bem-aventurada Virgem do Carmo. "O
Carmo - disse o cardeal Piazza, carmelita - existe para Maria e Maria é tudo
para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de
triunfos, na sua vida interior e espiritual". Elias e Maria estão unidos
numa narração que tem sabor de lenda. Refere o Livro das Instituições
dos primeiros monges: "Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a
vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se
dirigia para o Carmelo (cf. 1Rs 18,20-45), os monges, no ano 93 da Encarnação
do Filho de Deus, destruíram sua antiga casa e construíram uma capela sobre o
monte Carmelo, na Palestina, perto da fonte de Elias em honra desta primeira
Virgem voltada a Deus.
Expulsos pelos sarracenos
no século XIII, os monges que haviam entretanto recebido do patriarca de
Jerusalém, santo Alberto, uma regra aprovada em 1226 pelo papa Honório III,
voltaram ao Ocidente e na Europa fundaram vários mosteiros, superando várias
dificuldades, nas quais, porém, puderam experimentar a proteção da Virgem. Um
episódio em particular sensibilizou os devotos: "Os irmãos suplicavam
humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, Simão
Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma
multidão de anjos, segurando nas mãos o escapulário da ordem e lhe disse:
"Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que
for revestido deste hábito será salvo".
Os críticos consideram
espúria, isto é, não autêntica, a bula de João XXIII em que se fala deste privilégio
sabatino de ficar livres do inferno e do purgatório no primeiro sábado após
a morte, mas muitos papas têm falado disso em sentido positivo. Numa bula de 11
de fevereiro de 1950, Pio XII convidava a "colocar em primeiro lugar,
entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos":
entendido como veste mariana, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da
Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da
confiança e amor daqueles que o usam
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